A Saga Camaleônica, texto 2 de 6.
Tantos são aqueles que evitam de enfrentar um desafio e se excluem do resto do mundo. Outros com o coração cheio de orgulho, se iludam na fachada de cristal da vaidade. E aos desesperados, que se jogam contra o muro do sofrimento, desejando assim enfrentar a dor ou ser consumido por ela. Este é O Vazio, leia e o compreenda, um dia todos nós passaremos por lá...
O Vazio
Meus pensamentos tilintavam pelo salão, ecoavam e voltavam a mim. Nunca tinha sentido o quanto eram altos. Agora são gritos no silencio que me ensurdecem. O que adiantava fugir? Onde quer que eu vá, eu sempre estarei lá. Agora entendo a dor dos náufragos que se atiram ao mar.
Mesmo perdido a morte eu encontre, dela não seria merecedor. O ceifador só dá a honra aos justos e condena aqueles que a procura, instigando a imortalidade da Esperança. Mas eu, viajante do espaço, se continuar afastando de minha pátria, terei uma vida semi-mortal. Nem ao mundo dos vivos, nem ao mundo dos mortos.
Não é vantajoso afastasse tanto, o calor da vida lhe chama novamente a sentir o prazer da dor. O universo é um lugar que todos os pensamentos se acumulam, aqui a morte não existe e o esquecimento é eterno. O pensamento tem o peso de planetas.
Senti no amargo coração, o picante gosto da putrefação. Neste mar de águas negras, só encontrei desesperados e fascinados pela auto-estima. Loucos que condenavam a vida numa imagem pressa no espelho da ilusão. Viciados que queimava seu sopro vital, sentindo o prazer dos adormecidos abrasados a morte. Encontrei também, horríveis criaturas que choravam um choro de criança, exalavam pena e melancolia, seus corações eram vazios, pois tinham sido roubados.
O vazio é uma pequena caixa negra de espaço infinito. Onde se é bonito de se ver, tendo as estrelas ao seu redor e o sol, perdido no infinito, sorrindo, sempre nos dando esperança. Mas aqui as lagrimas não são de alegria e o sorriso não é de satisfação. Somos todos perdidos, buscando um pedaço que nos faltam.
Afastando-me um pouco destas criaturas, cultivando a estagnação de suas vidas. Aproximei-me um pouco do calor que me restava no coração. Parei para refletir. E apreciei o sol que se escondia por detrás do planeta, com a tua radiante luz refletindo sobre todo o firmamento...
Ao escrever uma crônica, nem sempre sei como será o final e por muitas vezes nem o título. Só sei o resultado ao termina-lo.
Os textos que escrevo escondem significados ocultos, que até o autor só descobre depois de reler dezenas de vezes.
Espero que este texto sirva para algum proveito a vocês.
Tenham um belo dia.